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terça-feira, 23 de outubro de 2012

A VIAGEM DE VOLTA A JI-PARANÁ!



Fonte:
http://www.youtube.com/watch?v=SoWb_QxYDM0

Seis dias  na estrada, para vencer aproximadamente 4.000 km não é brincadeira. Eu já fiz esse percurso em três dias, mas aquilo foi quase um suicídio. O carro de meu pai é um carro pequeno, para ele é confortável, pois ele é pequeno também, mas para mim, com quase dois metros de altura e mais de 140 kg de "pesura", é muito desconfortável. A minha perna batia no painel. O meu pai também havia comprado um GPS. Ele alega que não escuta muito bem. Então, durante os 4.000 km da viagem de retorno, foi a mesma história. Quando eu estava dirigindo, ele estava no lado do carona com o GPS na mão, daí a pouco o GPS reproduzia a mensagem:  - Há 300 metros, vire à direita, ou vire à esquerda conforme o caso. Após isso,  ele, o meu pai, levava o GPS ao ouvido, e o tal do GPS não reproduzia mais mensagem nenhuma. E ele me dizia que não tinha escutado nada. Bastava o GPS reproduzir a mensagem que algum tempo depois ele levava-o ao ouvido e não havia mais mensagem nenhuma.

Ilustração:

E logo ficava brigando com o GPS. O tal do GPS além de anunciar a rota, também anunciava quando havia algum radar pelas redondezas, mesmo que fosse radar móvel, e ainda disparava o alarme toda a vez que eu passava de 110 km/h. Mas é impressionante que esse alarme, que para mim tem os mesmos decibéis quando da reprodução de mensagem da rota, ele, o meu pai, sempre ouvia! E durante parte do Estado do Paraná até chegar em Rondônia, ele me mandava diminuir a velocidade. Acontece na verdade é o seguinte: Na idade mais avançada, 89 anos, os reflexos estão mais lentos e o raciocínio também, mas isso é para quem está dirigindo, o que naquele exato momento, não era o caso, então os meus reflexos estão ainda um pouco mais apurado do que os dele, pelo que quando executo uma velocidade maior, executo com toda a cautela, sem carros passando na via contrária, sem ultrapassar em lugar proibido, enfim, sigo à risca a legislação de trânsito. 

Ilustração:

Muitas vezes na estrada, ficamos atrás de uma carreta por exemplo, por vários minutos, porém quando ultrapassamos, procuramos compensar aquele "atraso", e isso é comum. Meu pai mesmo em sua época, ele teve mais de 50 anos só de motorista, nunca bateu o carro ou mesmo arranhou, mas corria bem mais de 110km/h, ele era motorista particular de uma pessoa muito rica, e o seu instrumento de trabalho era um Galaxy Landau/LDT branco, modelo 1979, na época o carro era zero quilômetro, então quando fazia as viagens com sua patroa, levando-a para a praia de Torres-RS, por exemplo, na volta ele estava sozinho, dai empreendia 150 km/h ou até mesmo 160 km/h, acontece que um dia chegou a estourar os vidros do pára-brisa em função de uma rajada muito forte de vento, apesar de nunca ter esbarrado com o carro em alguma coisa, como dito anteriormente. 


Ilustração:

Durante a viagem, procurei ficar nos melhores hotéis, ou seja com todo o conforto, nada de muito caro, mas também, nada de mosquitos, pernilongos, etc. Ao entrar na rodovia que liga Ponta Grossa-PR ao noroeste do Estado do Paraná, ou seja, a Apucarana-PR, já era noite, e nós que só dirigíamos durante o dia,  tocamos até que não havia mais nenhuma pousada ou coisa que o valha na beira da estrada. Meu pai não dirige à noite e muito menos eu, ele por causa dos reflexos, e eu porque tenho medo mesmo, dos faróis altos das carretas atrás de mim. Há os segredinhos dos motoristas, comer balas, biscoitos, refrigerantes, muita conversa, isso tudo tinha dentro do carro, até frutas nós compramos. Teve certa hora que haviam mais de duas carretas atrás de mim, estavam coladas, não havia ponto de ultrapassagem que pudesse oferecê-las para que passassem por mim, então ao avistar um posto de gasolina, dei uma esticada, para ficar mais à vontade, com mais folga, para sair da estrada sem maiores problemas. Pensei, aqui deve ter algum lugar para dormir.

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Mas fomos informados de que teríamos ainda que rodar mais uns 15 km, e de noite. Aqueles foram os 15 km mais longos de minha vida. Só para entrar novamente naquela rodovia eu esperei uma eternidade, e o meu pai ao meu lado: - Toca, vamos, vai! - Toca, vamos, vai! O que eu penso sobre isso é o seguinte, meu pai que foi motorista por mais de 50 anos, sabe mais que ninguém que motorista nenhum gosta que o carona dê palpites, então porque ele não ficava quietinho? Ah, e tem  mais, ele sempre viaja, quando está do lado do carona, com a mão no freio de mão, isso me dá uma gastura, pois eu tenho o costume de, quando estou dirigindo, colocar minha mão no freio-de-mão, e daí eu sempre encontro a dele. Finalmente chegamos, o apartamento do hotel era muito bom mesmo, com estacionamento fechado para maior segurança. Enquanto nós fazíamos o lanche da noite, pelo menos três acidentes aconteceram no trecho bem na frente ao Hotel que nós estávamos.

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 Fazia frio, era agosto, mas ao nos afastarmos da Região Sul e nos aproximarmos da Região Centro-Oeste, o calor começava a aparecer. Na quarta noite que fomos dormir, ficamos em Jaciara-MT, o quarto tinha condicionador de ar, mas eu já tinha visto esse filme antes! Meu pai quando chega ao quarto, ele vai direto para a cama que fica bem em frente do aparelho de ar condicionado, isso é brincadeira, e eu suando bicas! Com muito custo eu o convenci de que a cama da esquerda, mais perto da janela, era melhor coisa e tal. Ele aceitou. Liguei o ar-condicionado no máximo de frio que pudesse conseguir. Eu estava cansado e com muito sono, pois tinha dirigido o dia inteiro, em um carro desconfortável para mim. Quando estou no bom do sono lá vem o meu pai e diz: - Ei, desliga esse ar que está muito frio! - Mas pai! Tentei argumentar. - Está fazendo mais de 30ºC a essa hora! - É mas está frio, desliga isso! 

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Eu desligava e dai não dormia direito, pois começava a suar e ficava com as costas encharcadas parecendo que haviam jogado água em cima de mim. E assim, também aconteceu quando estávamos hospedados no último hotel, agora já na cidade de Vilhena-RO. Após tomarmos banho, e fazer um lanche com direito a tele-entrega e tudo mais, caímos na cama, já passava das 20h, dessa vez eu assumia a cama bem em frente ao condicionador de ar. Lá pelas 03h horas da manhã meu pai me acorda: - Vamos, tá na hora! - Que está na hora nada pai, ainda nem é dia, está tudo escuro lá fora! - Mas ele que não confia nem em seu próprio relógio e ainda mais com a diferença de 01 hora pelo fuso horário, me manda ligar a TV para ver que horas são. Dito e feito, eram 02h45min. - Vamos dormir pai, amanhã será um grande dia! Eu estava exausto. Louco para chegar em casa, mas naquele exato momento  queria mesmo era curtir aquela cama macia. Lá pelas 03h30min, novamente sou acordado! - Tá na hora vamos! - Pai o que o senhor tomou junto com a coca-cola? - Está cedo, vamos dormir! - É mas, temos que chegar cedo em Ji-Paraná/RO! - Mas que compromisso que temos lá? Se chegar às 04h ou às 20h que diferença faz? Estamos de férias! Mas ele não gostou de meus comentários, e enquanto eu tentava dormir, ele permaneceu acordado. Mais alguns minutos se passaram e lá veio ele novamente. 


Ilustração:

Bem, aí já é demais, pensei! Argumentei mais forte novamente: - Pai é o seguinte: Até aqui em nossa viagem, desde ao sair de Capão da Canoa-RS para Ji-Paraná-RO, nós nunca dirigimos à noite, porque é mais perigoso, então porque raios agora temos que dirigir à noite, estando tão perto do destino? - Por que não podemos dormir? Descansar? - O senhor não dirige à noite e eu também não, e é noite lá fora, porque temos que mudar nossa   maneira de viajar justo agora? - A essa hora nem café tem ainda pronto! - Para que essa agonia? - Que compromisso o senhor tem lá? - Eu preciso dormir, eu estou com sono, mas eu também não consigo dormir desse jeito, então vamos embora! Encerramos a conta, era noite, eram quase 05h da manhã! 

Ilustração:

E, eu com sono, pegando uma estrada à noite, e sem café da manhã, isso é brincadeira! Todos os meus medos foram  para o beleléu, os caminhoneiros, nem deixam clarear o dia, e já se tocam para a estrada, e foi isso que eu experimentei, faróis na traseira o tempo todo, até começar a clarear por perto de Pimenta Bueno-RO, mais ou menos. Finalmente chegamos em casa com a ajuda do bom Deus. Viagem agora meu amigo, só de ônibus ou de avião, de carro só se for algo de menos de 300 km de distância de onde está minha casa. Até a próxima postagem!

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