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Fui e sou uma pessoa muito abençoada por Deus. Desde os meus primeiros suspiros neste mundo até a presente data, Deus sempre esteve comigo, me protegendo em seus braços, orientando a minha existencia, enfim, tomando conta de meu destino. Fui adotado com poucas horas de vida. Podia eu ter morrido, estar preso, perambulando pelas ruas sem ter o que comer, mas não, Deus proveu o meu sustento, proveu a minha segurança e o meu amor que recebi de meus pais adotivos. Meu pai me confidenciou que quando chegou em casa eu estava enrolado em um lençol branquinho mas com manchas de sangue, pois meu umbigo ainda estava lá pendurado, e minha mãe me segurava em seu colo. Esses são o meu pai e minha mãe. Jamais irei saber quem foram os meus pais biológicos, pois minha mãe morreu ano passado e levou o segredo junto com ela. Ela sabia quem me entregou a ela. Meu pai não, sabia de nada, pois quando chegou em casa eu já estava lá. Meu pai conta hoje com 90 anos, mas é muito lúcido, tem a cabeça de uma pessoa de 60 anos. Está inteiro. Meu pai era um dos 07 filhos de meus avós, o do meio. Nasceu e cresceu perto de um campo de futebol, em Canoas-RS, na primavera de 1923. Meu avô era mestiço numa mistura de negro com índio e também capataz da fazenda em que viviam.
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Meu pai desde pequeno gostava de jogar futebolzinho com os amigos. Foi crescendo, morava perto do que seria mais tarde o Sport Clube Oriente de Canoas, jogava desde pequeno no campo deles, começou nos pequenos depois passou para os juvenis, para o segundo quadro, (aspirante) e finalmente com 18 anos já estava no primeiro quadro. Fez muitos gols. Naquela época, época chamada de anos dourados, era jogar por amor a camiseta, não havia essa fome por dinheiro a todo custo.
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Nos fins de semana se reuniam em uma fazenda chamada Capão do Waldorf, embaixo das árvores onde faziam seus piqueniques, seus churrascos comunitários, onde cada um levava alguma coisa para comer e no fim repartiam tudo entre si, todos comiam e se divertiam parecendo uma grande família, não havia maldade nos corações daquelas pessoas, apesar de é claro, alguma rivalidade entre as equipes, sendo uma delas contra a equipe do Paladino de Gravataí, onde foi a maior pauleira da hsitória.
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A torcida levava chuchus para tocar na outra, então meu pai devia ter uns 15/16 anos, jogou um chuchu no tal do Paladino, quando esse entrava no ônibus para ir embora, mas acabou acertando a cabeça de uma senhora, quase lincharam meu pai, não fosse a sua irmã mais velha e outros membros da equipe, tudo porque no jogo de ida em Gravataí a torcida deles tinha apedrejado a do Oriente e no jogo em casa não podia ser diferente. Ouve revide. Ninguém ficou ferido. Mas a história é revivida neste blog, em homenagem ao meu pai. Até a próxima postagem!
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