http://tamezuando.com.br/tirinhas/como-ser-um-bom-jogador-de-futebol/
Faz mais de 33 amos que não entrava em uma partida oficial e, por pouco, quase que não entro novamente. Convocado para disputar num misto de TRT/DEPOL x CÂMARA MUNICIPAL DE JI-PARANÁ. Lá fui eu, de máquina de tirar fotos em punho. Comprei chuteiras 44. Não encontrei em nenhuma loja um calção vermelho que servisse em mim, atualmente com 135 kg, bem distribuídos, por toda a barriga. Durante a semana que passou, o ácido úrico não me deixou dar três passos sem doer. Mas sou brasileiro. Chegando ao Estádio Pedro Lyra, lá estava o Dr. Ricardo que foi dar uma força. Afinal nossa torcida era ele e o meu pai. Dr. Ricardo terminou por filmar toda a partida. Na hora de se fardar para entrar em campo, eu perguntei para um colega que nunca tinha visto mais gordo, onde era o vestiário, e ele me respondeu que era ali mesmo no estacionamento por entre os carros.
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O cara dos uniformes chegou abriu uma enorme bolsa e foram escolhendo, cada jogador, pegava um par de meias, camiseta e um calção. Um colega me dá um calção mas não serve, então outro deixa em cima do carro um outro calção para mim. Tiro o meu, coloco a camiseta, as meias, calço as chuteiras e olho para os lados, como que num passe de mágica não há mais ninguém por perto, então eu vou para o campo.Olho e vejo lá longe todos eles, menos um, que quando me vê me pergunta onde está o meu calção? E, eu olhando para baixo, observo que me esqueci do caixão, estou com aquela bermuda tipo cueca da cor azul que se usa por baixo. Volto e finalmente consigo me fardar completamente. Entramos em campo. Fica uma equipe fazendo um pequeno aquecimento lá do outro lado, e nós do lado de cá. Só pelo chute na bola que eles davam, já deu para notar que chutam muito forte e que não estavam para brincadeira. Até pedi para esvaziar um pouco a bola para ela ficar menos dura. Dali, uns foram se retirando mais para o meio de campo, outros para o outro lado, e quando vi estava sozinho.
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Nem precisa dizer que eu fui para a reserva. Na verdade esperava jogar uns 4 ou 5 minutos, logo de saída, e me recuperar no banco o restante da partida. Mas os fominhas sempre querem ser os primeiros. Para minha alegria apareceu mais dois reservas e sentaram no banco comigo. Já não estava tão mal assim. Também tinha outros que foram preteridos. O jogo começa e como eu tinha levado a máquina digital para filmar, informei que era para filmar quando eu entrasse. Mas foi filmado tudo, o meu receio era de quando, caso eu conseguisse entrar em campo, a bateria pudesse estar descarregada. Então, em um dado momento, um sai, outro entra, e assim vão se revezando. O mesmo saiu, torna a entrar e eu ali, dando sangue para os mosquitos. Pode parecer brincadeira, mas confesso que não tenho espírito de equipe coisa nenhuma. Não consigo só ficar batendo palmas para os outros, enquanto que eu é que deveria estar lá fazendo os gols de nossa equipe.
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Daí, vem e senta um companheiro, e me diz que foi perseguido porque estava com chuteira que não podia estar, e olhando fixamente para as minhas que estavam zeradas, perguntou se eu não tinha trazido outras. Perai, o que essa gente acha que eu sou? Dono de uma loja de materiais esportivos? Então ante a minha negativa ele continuou que precisava de uma. Olha, vou te contar, aquele papo não estava me agradando nenhum um pouquinho. Dali há pouco, houve a concessão de um pequeno intervalo, ou seja, de um tempo técnico. Meu padrinho que também estava lá jogando, e que tinha passado há poucos dias por uma cirurgia no coração, sentou-se ao meu lado, abriu uma sacola e pegou a última bergamota que pude notar. Porra, pensei, a bergamota estava ali, bem do meu lado todo o tempo e eu não fui capaz de sentir a sua presença? Poderia ter me vingado, em não entrar em campo, comendo aquela bergamota. Mas tudo bem. Eles voltam para o jogo.
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Os "colegas" da Câmara, pegampesado, batem muito. Meu padrinho mesmo, deve ter caído umas quatro ou cinco vezes, por dois motivos, um porque o campo estava escorregadio, barrento, molhado em algumas partes, e outro, porque eles "descem a lenha". Primeiro tempo termina em 0 x 0. O nosso goleiro é muito bom, mas o zagueiro é melhor ainda, não passava nada por ele. Fui ao encontro deles como o companheiro que chega de uma guerra. Esperava que me disessem para ir para a batalha, mas isso eu não ouvi.Começa o segundo tempo e a única coisa que muda quanto a minha participação é a posição do banco, que agoras ficava lá do outro lado e eu teria que caminhar tudo aquilo até chegar lá. Sentei novamente, não tem geito mesmo. Então os gols começam a sair para nós, ou seria para eles? Um, dois, três. Eu é que não vou aplaudir esses fominhas!
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Então, sinto que é chegada a minha hora de entrar em campo, pois eles estão se cansando daqueles revezamentos entre eles, e como não há mais ninguém no banco, resolvem me chamar, me levanto, um pouco com medo, pelas pancadas que o adversário dá, pelo campo molhado e também pelo barro. Então, penso que ficar no banco não é tão ruim assim, afinal eu estou obeso, e preciso de ritmo, ritmo de acordar cedo aos domingos pela manhã, ou feriados, ritmo para trocar de fardamento, ritmo para aquecimento, e ritmo para jogar também. A coisa tem ir com muita calma, não posso me afobar e querer fazer tudo o que não faço há mais de 33 anos de uma hora para outra. Também não podia entrar na defesa e comprometer o nosso placar, sim nosso, pois agora eu era mais um atleta em campo. Dei um pique de 02 metros. O coração parecia que ia sair pela boca. Fiquei por perto da área adversária, quem sabe sobra alguma bola ali e eu não faço um gol? A bola veio e a zaga colocou para escanteio.
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O companheiro de equipe não tinha com quem sair jogando então passa a bola para mim, não consigo ter um dominio total pois o zagueiro esta muito perto de mim. Então a bola espirra para ele, que com a minha presença no seu encalçe não tem com quem jogar e vai em direção a linha lateral. Daí meus amigos foi um abraço. Cerquei o cara e ele não conseguiu sair com a bola, se perturbou e cedeu um lateral devido a minha presença avassaladora. Aproveitei aquele momento mágico para sair. Penso que tinha que sair assim, em grande estilo, após conseguir um lateral. Um lateral. Isso foi tudo o que eu consegui, mas está muito bom. Fui me sentar. O outro colega que estava no banco, riu de mim, pois não tinha se passado nem dois minutos, e eu parecia ter cansado mais do que ele que jogou o tempo todo.
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A partida termina. A equipe de nossos advsersários brigaram o tempo todo entre eles mesmos. Ainda dei uma entrevista para o Dr. Turesso que, naquele momento, estava dando uma de repórter. Como a canseira era muita nem mesmo conseguia concatenar as minhas idéias. No feriado do dia 1º de Maio, a nossa equipe irá jogar no primeir horário. Vocês acham mesmo que eu irei lá de madrugada? Bah, me poupe! Quem sabe eu durmo até 10h e ainda chegou para jogar os 02 minutos finais. Tenhop que fazer uma dieta com urgência. Até a próxima postagem!
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