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A vida nos prega muitas peças. Estamos nesse mundo por um determinado período. Uns ficam mais tempo, outros ficam menos. Não sabemos de onde viemos, nem para onde vamos. De repente alguém nos puxa de um lugar onde tínhamos nutrientes, abrigo, proteção, e percebemos que, embora não consigamos identificar aquele novo lugar, trata-se de um ambiente hostil, carregado de muito amor. As pessoas ficam felizes com o nosso primeiro choro! Se deliciam! Não estão nem aí com a nossa insatisfação de ter saído daquele lugar em que tínhamos tudo o qual era a nossa segurança. Os dias passam. Não conseguimos administrar a nossa vida por um bom tempo. Finalmente os primeiros passos. As primeiras palavras.
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Os anos começam a se passar. Percebemos enfim que existem outras pessoas como nós. Pequeninas, indefesas. Percebemos que existem vários lares. Geralmente não gostamos muito do nosso próprio lar, preferimos sempre a casa da tia, da vizinha, pois é diferente do modo de vida que conhecemos. Tudo é novidade. Para as pessoas que tem irmãos pode ser melhor a adaptação nesse mundo, pois não precisam saírem de casa para brincar. Por outro lado, pode ser também um "pé no saco" como se diz. Melhor são os primos. Quando se encontram é por pouco tempo, brincam, se divertem, não dá tempo para brigar, pois no momento em que estamos mais alegres, é hora de ir embora para casa com os pais. E ficamos pensando: - Quando será que nos veremos de novo? Mas daí, crescemos, nos tornamos adultos e vai cada um para o seu canto, não só para viver a sua, agora, própria vida, mas principalmente para dar vida a outras pessoas. O ciclo se repete.
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As brincadeiras, as travessuras, as alegrias de infância ficarão registradas para sempre, não só em nossos pensamentos, mas também em nossos corações. Sentimos saudades daqueles velhos tempos. Tempos sem responsabilidades. Só queríamos viver e brincar. Só isso. Porém, nessa separação, não há nada que impeça de se encontrar novamente. Mas o ritmo da vida nos impõe outras prioridades. "Devemos dançar conforme a música", quem já não ouviu essa frase? Novamente os anos passam, agora são décadas. Quando percebemos, vimos que perdemos totalmente o contato de alguém que foi, um dia, parte de nossa própria vida. Não sabemos se ainda vive, se está bem ou se está mal. Não sabemos o endereço, nem telefone. Não há nenhum contato que possa ser feito.
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Como não há outro geito, a maneira mais agressiva, contudo, menos dolorosa de se admitir a existência desse vácuo, dessa solidão, é de esquecer que um dia existiu tal pessoa. Mesmo que de uma forma ou de outra, fique tudo registrado bem lá dentro de nosso íntimo. Mas, assim como iniciei a minha postagem: "A vida nos prega muitas peças..." A vida tanto afasta aquelas pessoas que gostamos, como também volta a reuni-las. E foi exatamente isso que me aconteceu no dia de ontem, ao encontrar alguém que fez parte de minha infância, a minha prima, pelo facebook. O mais incrível é que a localidade em que ela atualmente se encontra, eu visitei esse ano em minhas férias. Pode ser até de ter acontecido de passarmos um pelo outro lá naquele lugar.
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Mas como é que íamos adivinhar que estaríamos lá. Fiquei contente em saber que ela esteja bem. Finalmente os contatos foram retomados. Agradeço a Deus por mais esse presente que meu, pois eu sei a dor que sente, aqueles que tiveram de se separar de forma brusca, de seus entes mais queridos, como aconteceu com pessoas bem próximas de mim. O esposo de minha prima eu considero também como primo, ele não é só simpático, como também é amoroso e muito responsável. Nossas famílias certamente voltarão a se reunir novamente e muitas histórias ficarão aqui escritas. Será muito legal ver que peças, a vida, ainda, tem para nos pregar! Até a próxima postagem!
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