CONTRASTE ENTRE PORTUGAL E BRASIL

Hoje quando acordei, já passava das 11 horas. Estava marcada para hoje uma caminhada, o que não se realizou em face de ter dormido mais que a cama. Bem, afinal, estou é de férias mesmo, então tenho também, que descansar. Minha madrinha Maria, conseguiu umas férias na empresa em que trabalha, para poder ficar comigo. Ela fez o café e já ia começar a preparar o almoço. Fui pegar minha câmera digital e para minha surpresa, ela estava com a bateria descarregada, então procurei uma tomada em toda a casa da madrinha Maria, mas não encontrei nenhuma que se enquadrasse com a minha, daí saí, sozinho, a procurar um adaptador, enquanto Madrinha Maria ficava a fazer o almoço.

Enquanto saía do prédio, havia duas senhoras conversando, me identifiquei e perguntei onde eu poderia conseguir uma tomada daquelas. Elas me informaram que poderia ter em um supermercado de nome Continente. Perguntaram de onde eu era, o que fazia aqui etc. Disse que queria conhecer onde morav a minha Madrinha Maria, os nossos descobridores, visitar o Museu da Marinha e também comer o Pastel de Belém. Então elas me perguntaram se eu ainda não tinha comido a periquita. Periquita???? Aqui em Portugal, alguns nomes existentes no Brasil, tem um outro sentido, é preciso muito cuidado na hora de se comunicar, para não dizer nenhum palavrão ou algo que venha a causar algum desconforto.

Chegando na esquina, observei que do outro lado da rua, havia uma loja de eletrônicos. Lá fui eu. Tem nessa parte da cidade muitas passaredas, ou seja, faixas de segurança. Eu fiquei parado esperando o carro passar ou pelo menos parar, mas esse não é o procedimento correto, o correto é o pedestre passar calma e normalmente a passareda, pois os carros é que terão de esperar o pedestre passar. Chegando ao outro lado, entrei em uma espécie de centro comercial, mas constatei que o lugar estava fechado, pois era hora do almoço, e alguns comerciantes fecham o estabeleciment o nesse horário. Mas uma loja estava aberta então entrei lá, segue a conversa:

- Bom dia! Eu disse.

- Bom dia!

Pensei ter reconhecido aquele sotaque, então perguntei:

- O senhor é brasileiro?

- Não, sou paquistanês!

- Ah, sim! Daquele filme "Quem quer ser um milionário"?

- Não senhor! Aquele é da Índia!!

Puxa vida!! Como é que pode eu não saber nada sobre o Paquistão? Isso é uma vergonha!

Perguntado, respondeu que não tinha o adaptador. Tentei outra loja, o senhor que era o proprietário, me atendeu, mas ficou sem dúvida nenhuma, quase 01 hora, tentando conseguir algum adaptador para o meu carregador de bateria. Foi muito amável e atencioso como todos foram comigo até agora. Saí a caminhar rumo ao Supermercado Continente. Cada uma pessoa que passava por mim, ao ser cumprimentada, respondia. Isso não se vê mais no Brasil! É uma pena! No Brasil as pessoas passam apressadamente por você quase te derrubam na calçada e nem ao menos te cumprimentam. Os vizinhos ao lado de sua casa podem viver vários anos, e você não saber o nome deles ou em que eles trabalham. Quando vi esse sistema, que é o qual eu sempre quis ter, eu chorei, eu caminhava sozinho aos soluços, por ser esse o sistema que eu queria para o meu país, o Brasil, ou seja, que as pessoas fossem mais humanas, e mesmo que não se conhecesse, mas que tenham a educação de cumprimentar quem passar ao seu lado.

Dentro de um snack bar, havia pelo menos umas dez pessoas, e cada uma que chegava para comprar um cigarro por exemplo, cumprimentava a todos com um bom dia, ou uma boa tarde ou boa noite. Quando se verá isso no Brasil? Chegando no supermercado fui atendido por uma moça, que prontamente foi abrindo um envólucro onde continha um adaptador, ela cortou e tirou-o de lá, tentou abrir até que conseguiu, mas viu que não era aquele, daí abriu outro, e esse a primeira vista também não serveria, mas eu tinha que fazer algum corte e ele funcionaria, e assim foi feito. Observei ainda que, enquanto a moça me atendia, ou seja, cortava aquele envólucro, haviam duas outras pessoas a serem atendidas, mas em nenhum momento ela deixou de me atender para atender as moças, ou seja, primeiro atende aquele que primeiro chegou, e depois a outra pessoa, caso essa esteja com pressa então que vá comprar em outro lugar, mas verá que todo o lugar será assim, então não tem para onde correr. Muito diferente do bras ileiro, que se puder te deixar esperando para atender outra pessoa, não pensará duas vezes.

Em casa cortei o excesso daquele adaptador com uma faca de serrinha, e assim pude usar o carregador da bateria da câmera digital. saí logo em seguida às 05h para comprar manteiga. Bem na esquina há um armazém onde comprei manteiga e presunto. Ao lado fica um snack-bar e lá estava eu, agora comendo um pastel com nata, ainda não era o de Belém, mas é muito gostoso. Para nosso entendimento, trata-se de um pastel no formato de uma empada brasileira, onde a massa é folhada e bem crocante, e no meio há uma nata doce, muito gostosa. Nada de doce que já comi se compara com esse pastel. Tomei tres refrigerantes, li um jornal que é local e uma revista que estava em cima da mesa. Aliás, em cada mesa, havia um jornal e uma revista. Converso com um, converso com outro. E o local começa a ter umas dez pessoas.

O local tem o sport.tv o qual passará ao vivo, o clássico Sporting x Benfica. Consegui ver e sentir o que é ser benfiquista ao vivo e a cores. É mais ou men os como ser corinthiano no Brasil. Identifiquei-me muito com o povo dessa Terra maravilhosa. É como se parafraseasse o descobrimento do Brasil por Cabral, agora sendo, Hélio descobrindo Portugal. Não se vê nenhum papel de bala que seja, jogado pelo chão, e olha que eu caminhei muito. Ninguém caminha pela rua, pois há calçadas por todos os lados. As passaredas, apesar de eu atravessá-las apressadamente, não é esse o modo correto. Os motoristas tem de parar, para que a pessoa passe calmamente, e somente depois seguir com o veículo. O Brasil ainda tem muito ainda que aprender com o povo português. Até a proxima postagem!