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Desde 97 que sou digitador. Os tendões dos meus nervos começaram a doer muito nos últimos dias. Daí fui procurar ajuda no que há de mais moderno na medicina. Primeiramente fui a um médico entendido no assunto, o qual me pediu exames de ressonância magnética e fisioterapia. Isso eu já tinha ouvido falar há muitos anos atrás quando um jogador se machucava, ou passava no Fantástico a modernização da medicina, aquelas máquinas tipo a caverna do Batman. Ato conjunto, comecei a realizar fisioterapia. Não sei o porquê, mas é certo que eu imaginava que iria ficar de barriga rolando em cima daquelas bolas gigantes. Mas o problema era em meu braço direito e não na barriga, então eu estava pensando errado.
Chegando lá no local da primeira sessão, havia duas mulheres e dois homens, uns puxavam uma cinta que ficava dependurada por entre umas grades, e ficava ali, puxando ora com um, ora com outro braço. Pensei, isso é babaquice! Logo que a médica finalizou uma massagem em outra pessoa veio em minha direção, e me mandou sentar. Sentei-me de frente para a parede. Sobre a mesa haviam uns pesos, umas bolas coloridas de plásticos, muito bonitas mesmo, mas muito pesadas e umas máquinas que a princípio pensei que era de vídeo-game. Da máquina saíam uns fios bem finos com uns ganchos na ponta. Bem, a médica pegou o plug e colocou-o na tomada e começou a engatar aqueles ganchos no meu braço. Disse-me que eu iria sentir um formigamento, seria uns choquezinhos, mas que não iria doer nada, pois os meus nervos estavam tensos e isso iria fazê-los relaxar.
Daí ela ligou a máquina, enquanto que duas mulheres conversavam sobre um homem que saiu chorando de uma máquina tipo a que eu estava prestes a usar, na cidade de Porto Velho-RO, e tiravam o maior sarro do cara, sem ao menos conhecê-lo. Perguntaram para a médica se ele estava com algum problema familiar, a médica lhes respondeu que ele chorava era de dor ao fazer o maldito exame! Mas tinha uma senhora idosa ali com aqueles fios no braço também. Agarrei mais coragem pois se ela não morresse do coração eu é que não iria morrer. De início começou com uns choquezinhos mesmo, exatamente como ela, a médica, me falou, era um formigamento, mas logo em seguida passou a vibrar com mais intensidade. A cada choque em meu braço, os dedos de minha mão se reviravam para trás sem que eu tivesse qualquer domínio sobre eles. PQP. Que pôrra de choque é esse? - É assim mesmo, completou a médica dizendo que já iria passar! Mas como já iria passar se tinha começado há pouco? Mas de nada adiantou. Apesar de uma senhora conversar sobre assunto em comum, nada fazia com que me concentrasse em conversa nenhuma, pois os meus nervos se contorciam lá dentro. PQP. PQP. PQP. Só ficava com vontade de sair correndo dali. Mas aguentei até o fim e fiquei orgulhoso de mim mesmo pois não reclamei para a médica o meu desconforto. Sou um herói, pensei.
Nem mesmo chorei como aquele homem de Porto Velho-RO de que as mulheres falaram. Terminada a sessão de fisioterapia, tomei o rumo da outra clínica para fazer uma tal de ressonância magnética. Chegando lá, fui atendido por uma jovem muito bonita. Vocês já pararam para notar como eles, os médicos, tem bom gosto para colocarem essa gente bonita para nos atender nos hospitais, nas clínicas, será que é para aliviar as dores dos exames? Quem sabe? As minhas dores não diminuem mesmo, não importando se a atendente é bonita ou não, o que eu quero mesmo é sair dali e ficar quieto na segurança de meu lar com a minha esposa.
Fui sendo encaminhado a uma sala de espera. Preenchi uma ficha com algumas perguntas sinistras, como por exemplo, se eu tinha ferro no corpo, o que é isso? Mas não liguei, respondi todas. Logo, ouvi uma voz me chamando. Troquei de roupa. Coloquei um calção que não era GG o qual ficou quase na metade da bunda, mas tinha um jaleco branco que coloquei por cima e tudo bem, entrei na sala da ressonância magnética. A máquina era muito grande a primeira vista. Mas num segundo momento, ao olhar para a minha barriga, tentei calcular o diâmetro do buraco daquela máquina, com certeza não iria passar ali. Não tinha nenhuma chance disso dar certo. Então a mocinha, muito simpática, mandou eu sentar ali, quase que na ponta. Olhei para baixo da mesa e não vi nenhum pé da mesa. - Isso vai cair! Resmunguei. A moça disse: - Cai não!
Essa máquina aguenta 200 kg e o senhor pesa SÓ 140 kg!! E, ainda me mostrou a marca de 200 kg. Dai eu pensei: - Só pode ser um analfabeto que escreveu isso aí! Ao ver o meu impasse, um médico resolveu entrar no assunto. - Senta aí que nada irá acontecer! - Bem, o brinquedo é seu e se o senhor diz que pode dar certo quem sou eu para contrariar! Sentei, depois fui me deitando, meio que de lado, pois eles começaram a desconfiar de que eu não passaria por aquele buraco. Mandaram eu ficar com a palma da mão virada para cima. Deram-me uma pera para apertar caso eu me sentisse mal.
Apertaram uma cinta em volta de mim, me colocaram um fone de ouvido, pois disseram que eu ouviria um barulho bem alto. E, ao comando do médico, creio que a mocinha apertou o botão para aquela geringonça funcionar. A cama ou algo parecido em que eu estava deitado começou a entrar por aquele buraco. Passou a minha cabeça. Beleza. Até aqui tudo bem. Mas ao entrar na máquina, minha imponente barriga cobriu todo o espaço do buraco, de modo que as cintas se soltaram, o calção subiu e fiquei com as bolas de fora. Mas agora não ia nem para frente e nem para trás aquela pôrra. Eu só estava utilizando meia capacidade de respiração, pois a máquina era apertada e não conseguia nem respirar direito.
O barulho começou a me atordoar os ouvidos, já que o fone de ouvido veio parar no meu ombro. No princípio até pensei que isso fazia parte do exame, mas depois senti que não conseguia me livrar daquele barulho, e não podia me mexer. Mesmo assim ouvi uma voz ao longe me perguntar: - Está tudo bem? - Você está de gozação para cima de mim! Retruquei. Daí a voz novamente me ordenou que virasse um pouco mais a palma da mão para cima. - Só se eu tirar a minha bunda de cima. Está tudo muito apertado aqui. - Me tirem daqui seus incompetentes! - Mas o senhor não apertou a pera! - Que porra de pera? - A única coisa que eu posso apertar aqui nessa posição é o meu saco que está na altura de minhas mãos! - Deixem de papo furado e me tirem daqui! - É o que nós estamos tentando fazer! PQP. PQP. PQP. Que merda.
Que pôrra! Logo em seguida o barulho passou e aquela mesa esquisita começou a se mexer para frente novamente me tirando daquele buraco, o meu braço estava todo imprensado no teto daquela porra de máquina e quase que veio parar atrás de minha cabeça. Então, após sair daquela imundície, veio a pior notícia que eu poderia receber. O exame não deu certo. A imagem não tinha ficado nítida (estava toda borrada ou era mesmo um borrão?) e uma máquina que pode receber a minha circunferência só tem uma em Rondônia, e fica em Porto Velho-RO. Sai dali feliz da vida por estar vivo. Já marquei para a próxima sexta-feira. Agora estou com dor em todo o corpo, uma pelos choques recebidos no braço e outra, pelos apuros que passei para sair daquele buraco. Ufa. Consegui! Mais sorte para mim em Porto Velho-RO! Até a próxima postagem!
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