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terça-feira, 29 de novembro de 2011

ALGUMAS RECORDAÇÕES DE MINHA VIDA!

Lembro-me de coisas de quando ainda era um bebê! Lembro-me por exemplo de ficar tentando mamar no seio de minha mãe, eu era bebê, lembro-me de meus dois avós, eu tinha dois anos, hoje tenho 47, beirando os 50, meio século de existência!!. Lembro-me de um acordo feito com meu pai de sermos amiguinhos até que a morte nos separe!! Nasci em Canoas/RS, meu pai como já mencionei em outra blogagem, trabalhava como motorista particular, em uma fazenda chamada Arado, lá em Belém Novo, um bairro distante de Porto Alegre/RS, e para lá fomos nós também, eu e minha mãe, na casa em que fomos morar, que existe até os dias de hoje, ficava bem no alto de um morro, antes dela, tínhamos que passar pela casa do dono da fazenda, um casarão, rodeada por jardim muito bem conservado, com caminhos para a passagem dos carros feito de pedras, que rodeava a casa toda, haviam duas piscinas, uma de adulto e outra de criança, que ficavam em lugar mais retirado, e com uma visão de todo o vale, havia ainda um jardim de inverno, com várias plantas, que ficava a direita do casarão, e ainda a esquerda do casarão, a lavanderia que era uma outra casa, o canil e casas de funcionários, cujo no local morava apenas uma família, tinha ainda um parquinho com brinquedos que eu só tinha visto em praças públicas, com balanços, escorregador, gira-gira, enfim, entremeados, havia um caminho de pedra que levava para onde seria a nossa casa, no meio de muito mato natural, com árvores centenárias, onde os galhos carregados de barbas-de-pau, ficavam sempre enfeitados, como se fossem uma árvore de natal. Antes de chegar a nossa casa, ou seja, na qual iríamos morar, ainda havia um grande prédio retangular, onde dentro era a caixa d’água, havia uma escada lateral onde se podia subir, em que ficava a laje, era muito bonito, e nos dois lados, haviam garagens, passando isso, havia um marco, que indicava ser ali o lugar mais alto da fazenda, e finalmente a nossa casa em que iríamos morar, grande, rodeada por um jardim de um capim parecido com esses que existem nos campos de futebol, que precisaria ser cortado pelo menos uma vez por semana, era lindo. E uma cerca que separava o jardim do mato, na frente da casa havia um pomar, onde os funcionários plantavam laranjeiras, bergamoteiras, e outras frutas e hortaliças, tudo fazia parte para alimentação dos que moravam na fazenda, que tinha tambo de leite, cocheira em que abrigavam não só os cavalos da fazenda, como também os cavalos que corriam no hipódromo, que ainda hoje me lembro o nome de uma égua de nome Corejada. Nas adjacências haviam as casas dos funcionários que ali trabalhavam, e tinha é claro a casa do capataz da Fazenda, um senhor de origem alemã muito simpático de nome Schaurisch. Eu era filho único, mas não tinha ninguém para brincar, meus pais não gostavam de visitar outras pessoas, então, eu só ia a algum lugar junto deles, se eles não fossem, eu também não ia, então brincava sozinho, pegava meus carrinhos e fazia de conta que estava em uma estrada, ou outro lugar qualquer, lavava-os, secava-os, e assim ia indo, minha vida. Lembro-me de minha mãe desenhar umas bolinhas em um caderno e depois fazia eu contar as bolinhas, me ensinando os primeiros passos de matemática. A casa em que morávamos era grande, pelo menos para mim, tinha duas áreas uma nos fundos onde minha mãe entulhava vasos e mais vasos de plantas que posso citar entre tantas, as escadinhas, os escorpiões, antúrios etc, e uma área da frente, em que eu usava para jogar botão contra mim mesmo. Havia uma cozinha grande, uma sala, um corredor que ligava aos quartos, ao final do mesmo ficava o quarto de meus pais, à esquerda o meu quarto e à direita o quarto de hóspede, e o banheiro, com torneiras de água quente e fria, isso nas pias, na banheira, e no bidê. Como não tínhamos empregada doméstica, pois somente meu pai trabalhava, eu ajudava nas tarefas domésticas de minha mãe, tirando o pó dos móveis com um espanador de pena de ave. Tempos depois minha mãe, começou a dar aulas no Clube de Mães de Belém Novo, aulas de pinturas em tecido, em porcelana, etc e também culinária, ela tinha muitas alunas, eu ficava esperando em casa, ansiosamente, pois quando ela chegava trazia bastantes salgadinhos que fizera durante a tarde. Meu pai chegava bem mais à noite, como a fazenda era um pouco longe para se ir a pé, então havia uma Kombi que fazia o trajeto fazenda-vila, vila-fazenda, levava as crianças dos funcionários para as escolas, depois ia buscá-las, fazia compras etc. Em alguns sábados eu ia com meu pai acompanhá-lo, ele dirigia um Galaxi Laudau LTD, o maior carro que eu já vi até hoje, ele entregava tambor de leite e carne nas casas dos filhos de seu patrão, que moravam na cidade, isso todos os sábados. Esse leite e carne eram produtos da própria fazenda. Foi lá na fazenda do Arado que eu apertei a mão do então Presidente General Emílio Garrastazu Médici e também estive ao lado do General Ernesto Geisel que foi igualmente presidente do Brasil em uma recepção que o Dr. Breno Caldas preparou para recebê-los. Eles eram amigos do dono da fazenda, Dr. Breno Caldas e de sua esposa Dona Ilza Caldas. Eles eram muito bons para nós e foram assim até o dia da aposentadoria do meu pai. Eram o início dos anos 70. Lembro-me ainda das primeiras figurinhas, dos primeiros álbuns, meu pai sempre comprava para mim, equivalia hoje a R$0,30 o pacotinho de figurinha, pelo menos R$1,00 meu comprava para mim, chegando em casa logo ia buscar o tubo de cola tenaz para colar as figurinhas no álbum. Era uma alegria só. E veio os meus primeiros 7 anos de idade, então fui para o colégio, 1971, a escola já mencionada em outras postagens era a Escola Madre Raffo, colégio particular, onde eram das irmãs do convento, elas usavam hábito, lembro-me ainda do meu primeiro dia de aula, onde minha mãe me levou, com uma merendeira, onde havia suco feito de Q-Suco de morango, um sanduíche, caderno, lápis, borracha e apontador, tudo bem novinho, chorei muito, pois não queria me separar da mãe, a irmã diretora me levou para sua sala, me deu mais suco, até eu diminuir o meu choro, e depois fui para a sala de aula e fiquei lá quietinho. Lembro-me do meu primeiro colega Edson da Gama Santa Helena, de como eu o conheci, nós estávamos na fila, um menino me empurrou e me desequilibrei e esbarrei nele, colega da frente, que quase caiu, daí ele olhou para trás e me chamou de puto!!! Chorei, afinal de contas não tinha culpa nenhuma, e muitos menos sabia o significado da palavra puto, mas que pelo modo como ele me xingou, não devia ser lá coisa boa. Ele morava na Vila, seu pai tinha um bar, ele conhecia muita gente, e era bem mais agitado do que eu, eu era tímido, tinha vergonha de tudo e de todos, talvez por minha formação na fazenda, já ele era extrovertido, se lhe desse um papel para ele apresentar uma peça, ele o falaria na frente de todo mundo, sem problema nenhum, depois me acompanhou até a faculdade Unisinos, passando pelo ginásio e pelo segundo grau no Glicério Alves Escola Estadual em Belém Novo, nós sempre sentávamos lado a lado, isso foi incrível. Para passar da primeira série para a segunda série, tive que ler uma estória de natal, de um determinado livro, ainda estava no começo, gaguejava muito mas acho que era de nervoso, daí a professora fechou o livro, e me pediu para descrever o que eu tinha lido. Falei tudo correto e passava assim, para a segunda série. Depois veio a terceira, a quarta e finalmente a quinta-série, conheci os amigos Darlan, Flávio Lora, Flávio Passos, Flávio Peixoto. Nessa época, 1975, fomos morar na Vila em uma casa comprada pelo dono da Fazenda, para que meu pai fosse morar lá, ficava na esquina da mesma quadra da Escola Madre Raffo. Daí começou a sexta-série na E.E. Dr. Glicério Alves, onde eu ampliei minha amizade, veio o Marcelão, o Teca, e enfim o Batista, o Batista, junto com o Edson, se tornou ao que chamo de minha segunda família, éramos inseparáveis, nas aulas, na educação física, quantas partidas, eu e o Batista na zaga, mas ele jogava muito mais no gol, o Édi, era aquele cara que nós chamávamos de ciscador, era o Neymar daquela época, naquele campinho junto com os professores de educação física Arleão, Vicente, quanta saudade daqueles velhos tempos!!! Às vezes olho para trás e me vejo lá, em algum lugar lá, perto das duas barras de ferro que ficava entre a quadra de cimento e a cancha onde batíamos aquela pelada. Esses dois são meus amigos, até os dias de hoje, grandes amigos, mesmo que a vida tenha nos separado por muito tempo, eu consegui depois de muito pesquisar, praticamente reunirmos novamente, mesmo que virtual, mas já está bem melhor do que nunca mais sabermos um do outro. O Batista morava em uma casa dos funcionários do IRFA, talvez isso tenha me aproximado a ele, pois estávamos na mesma situação. As gatas? Esqueça! O Édi não deixava nada para ninguém! Ele parecia o John Travolta, as minas só queriam ele, tinha cada uma!!! Que eu e o Batista ficávamos só babando, fomos uma vez no Parque de Exposição de Esteio e lá uma mina, que era a mais bonita que já tínhamos visto, ficou na do Édi, tanto que eu e o Batista a apelidamos de senhora Helena. E as piadas então? Achávamos graça de tudo, mas tudo mesmo! Até as comédias da TV na época serviam para alimentar nossa alegria. E os jogos de botão? Joguei uma vez botão na casa do Édi em uma super-mesa, enquanto meu pai não comprou aquela mesa eu não sosseguei, daí lá em minha casa, fazíamos campeonatos e mais campeonatos, às vezes tínhamos duas equipes, outras vezes uma, às vezes era Copa do Mundo, em que os times eram: a minha Alemanha, a Itália do Édi e Argentina do Batista, minha mãe comprava caixas de refrigerante, na época era bem barato, então o Batista dizia: - Patrocínio Coca-cola!! E narrávamos as partidas, e fazíamos barulho com a boca como se fosse a torcida gritando. Não havia celulares ou câmeras digitais, naquele tempo, para que pudéssemos registrar tudo isso, mas que de uma forma ou outra, ficou registrado para sempre em nossas memórias as quais ainda me permite relembrar daquele saudoso passado. Eles, o Édi e o Batista, viram minhas primeiras escritas em uma máquina de escrever Remington qual tenho até hoje como relíquia, e saber que hoje eu vivo de escrever, de digitar na sala de audiências, e tudo começou com aquela ultrapassada máquina de escrever. E por que não falar dos períodos vagos no ginásio! Estudávamos no segundo piso, então entre uma aula e outra, jogávamos nossas pastas pela janela onde um outro colega ficava aparando, passávamos pelo seu Homero ou dona Cléia, como um raio, pegávamos nossas pastas com o amigo que geralmente era o Teca ou o Marcelão, e íamos matar aula para jogar bola!! Nunca rodamos de ano, ainda que em algumas vezes ficássemos de recuperação, mas valia a pena, o importante era passar, e isso sempre fazíamos. Depois veio o segundo grau, e as brincadeiras continuaram, e o Édi? Bem, o Édi continuava sempre levando a melhor! A senhora Helena quase virou senhora Silva, aquela do grupo de jovens, a Andréia. Mas minha mãe tratou de espantá-la de uma vez por todas, para sempre. Essa eu comento em outra postagem. Bem vou parar por aqui pois tem também outras pessoas que querem bloggar nesse computador. Até a próxima! Um abraço.

3 comentários:

  1. Caro amigo, ou melhor, uma amizade que não tem valor que pague. Como pode , né? Isso tudo que você narrou sobre nossas peripécias quando jovens na escola, apesar do tempo, ainda está tão vivo na memória. Que bom, como o tempo não volta, nós voltamos através das lembranças e vivemos novamente, embora, por pouco tempo em alucinações, mais virtual e verdadeiro que a virtualidade da internet, hoje, pode nos oferecer. E me deparo frente a tela de arame que cercava o Ginásio, deitado ao chão, do teu lado e do Édi, querendo entrar, atrasados, depois de várias partidas de botão, como se estivéssemos em uma barricada de guerra, para que o sr. Homero não nos visse e chegar na sala de aula e dizer que estávamos no banheiro e por isso, chegamos atrasados. Fico feliz, mesmo distante, e agora sim, graças a internet , revivermos essas histórias. E de fazer parte, mesmo que modestamente, de tuas lembranças e do teu passado. Obrigado, por me incluir nos melhores momentos de tua infância. Certamente, muitas outras histórias temos, mas muitos gigabites precisaríamos, não é mesmo? Abração. Henrique Batista

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  2. HELIO RICARDO! Lendo tudo que tu escreveu passou um filme na minha mente, fiz parte deste tempo, desta fazenda , que tinha o nome de ARADO proprietário Dr. Breno Caldas , dono do Jornal Correio do Povo , cia Caldas Junior.Tu esqueceu de falar no rio que quase rodiava a fazenda, linda de mais hoje pertence a Ronaldinho Gaúcho.Muitas lembranças eu tenho também como tu , descreveste exatamente como tudo era , o primeiro nome do capataz era Afonso, que nós enquanto não fizemos o casamento dele com a Vilma não descansamos.Eu na época era babá da Bela neta do Dr.Breno e tu muito pequenino, eras o xodó de teus pais.Sabe Helinho , tu escreve muito bem , adoro ler teus escritos .Quando li isto tudo que escreveu cheguei me emocionar , voltei a aos anos 61/62/63/64/65/66/67/68 dos quais trabalhei e curti aquela beleza, a casa sede da fazenda hoje só se vê em novelas,muito lindo tuas lembranças alias nossa! Um beijo primo até a proxima!

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  3. Oi meu amigo, sou Juca irmão da Bela e do Marcelo, filho da Nilza Caldas. Tudo bem. Adorei as tuas palavras. O Helio foi pai e amigo para nós. Tenho lembranças memoraveis com todos que lá trabalhavam. Fica bem e um forte abraço

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