Tenho 47 anos, isso quer dizer que daqui a 13 anos serei considerado idoso, isso em se considerando o que reza a Lei n. 10.741, de 01.10.2003 - Estatuto do Idoso já definido pelo Art. 1o É instituído o Estatuto do Idoso, destinado a regular os direitos assegurados às pessoas com idade igual ou superior a 60 (sessenta) anos. Sinceramente nunca tinha pensado que está tão perto, mas confesso que já venho tomando, ao longo dos últimos anos, algumas medidas capazes de diminuir esse impacto. A princípio penso, o que futuro nos reserva, mas como está escrito na Bíblia: Não te preocupes com o dia de amanhã e sim com o dia de hoje, pois cada dia terá a sua própria preocupação, ou seja, não devemos perder tempo com coisas que pensamos que irão acontecer, pois talvez elas não aconteçam e assim teríamos perdido tempo, se preocupando com coisas que no fim não se concretizaram. Ao longo dos tempos, meus pensamentos, foram evoluindo, pensava primeiramente, que quando chegasse a velhice, não deveria depender de recursos principalmente financeiros de filhos. Com conhecimento adquirido de outras pessoas, que diga-se de passagem, já idosas, pois muito me vali dos ensinamentos dessas pessoas mais experientes, fazendo com que a experiências delas pudessem me ajudar, e posso afirmar que sim, que me ajudaram a ampliar meus conceitos, em primeiro lugar não depender dos filhos e em segundo não depender do INSS. Essa relação com idosos, vem desde minha infância, na qual vivi, juntamente com meus pais, em uma fazenda em Belém Novo, bairro distante da capital Porto Alegre/RS, onde fui criado sozinho, por ser filho único, não tinha ninguém para brincar, então a minha brincadeira era estudar ou conversar com pessoas mais idosas. Vejo com tristeza a maneira com que os filhos atuais tratam seus pais, sem amor, sem carinho, com uma frieza incomparável. Converso com meus amigos aqui de Rondônia dizendo que lá no Sul, está acontecendo o que podemos chamar de apocalipse familiar. A Bíblia menciona que, nos fins dos tempos, o amor de muitos esfriará, filhos se levantarão contra pais e pais contra filhos, etc. É o que se vê, nos dias de hoje, ainda que estejamos muito longe dos fins dos tempos. Mas retomando o assunto, lá no Sul, e quando me refiro ao Sul, não necessariamente quer dizer o Sul do Brasil, mas já vale, em alguns casos, de Cuiabá/MT para baixo, acontece a seguinte situação: O rapaz começa a namorar com uma moça, após vira, noivado, e em seguida ocorre o casamento, o casal então tem um filho ou uma filha, e esse ser tão pequenininho requer cuidados, sejam de alimentação, troca de fraldas, remédios, médicos etc, fazendo com que muitas vezes se perca noites inteira de sono para podermos cuidar deles, e no outro dia, termos que sair para trabalhar para obter o pão de cada dia, com sono pois não dormimos direito uma, duas ou várias noites seguidas, afinal nada nesse mundo cai do céu. Tempos depois, aquele ser, cresce, entra na escola, na faculdade, etc, e encontra a sua outra cara-metade também, e diferente dos tempos em que viviam nossos pais, agora chegam e perguntam a seus pais, se podem casar e ir morar numa pecinha da casa lá nos fundos, ou naquele pequeno quarto das bagunças. Então ocorre a concordância dos pais, afinal os dias de hoje estão muito difíceis para que as pessoas casem e já comecem a andar por si mesmas, sendo necessário que tenham uma ajuda, logo no início de suas vidas, como pessoas casadas. Daí pela ordem natural das coisas, um dos pais vem a falecer, digamos a mãe, então aquele que sobrou, o pai, chega para aquela filha ou filho, e diz que agora está sozinho, e o quarto de casal é muito grande para ele, então que daqui para frente eles troquem de quarto, ou seja, o pai vai para aquele quarto menor, e seu filho ou filha juntamente com seu cônjuge vai para o quarto de seu pai. Assim, faz com que ocorra uma mudança de papéis, o vovô, dentro de sua própria casa, o vovô vai para o quartinho, isso se traduz que não é ele mais quem mandará na casa daqui para frente, sendo considerado por todos como um estorvo. E assim é feito, anos depois, aquele filho ou filha juntamente com seu companheiro, também passam a ser pais, e vem um netinho ou netinha. Tudo vai às mil maravilhas até quando o vovô está na sala, sentado em sua cadeira favorita, assistindo ao telejornal, e daí chega para ele seu netinho e troca de canal para ver seu programa, daí o vovô pede para o netinho para que não troque de canal, o que é repelido por aquele, dizendo que o vovô está incomodando. Pois bem, dali há algum tempo, aquela filha ou filho, que quando era bem bebezinho, fez com que perdêssemos nossas noites e noites de sono, seja trocando fraldas, seja dando mamadeira etc, chega para o pai e iludindo-o lhe diz: "pai, nós trabalhamos fora durante o dia todo, se der alguma coisa em você, como por exemplo, um ataque cardíaco, você está morto, deixa eu te falar, lá no asilo, você terá pessoas de sua mesma idade, vocês jogarão cartas, dominó, xadrez todos os dias, conversará com outras pessoas, além é claro de lá existir muitas enfermeiras que lhe cuidarão como se fosse nós, lhe administrando os seus remédios etc, é claro que tem que me passar uma procuração para receber sua aposentadoria e sua pensão. Daí colocam aquele idoso lá no asilo, e nunca mais aparecem, deixando-o lá apodrecendo até sua morte. Nunca mais irão lá visitar, nem em dias dos pais, nem em dias das mães, nem em aniversário, nem em natais. Mas o que acontece é que temos que trabalhar durante a vida toda para não chegarmos a essa desgraça, ou seja, nunca depender de filho. Então, que tenhamos a nossa própria casa, que até possamos ajudar nossos filhos a terem a sua própria, mas jamais cair nessa armadilha acima relatada. Vemos cenas horripilantes em que filhas ou filhos assassinam seus próprios pais para ficar com seus bens. Como relatei logo acima essa era a minha primeira situação a ser evitada. Outra é com relação ao INSS, que sejamos capazes de construirmos uma boa estrutura financeira, para que possamos ter acessos a planos de saúde, para assim evitarmos de uma vez por todas a dependência do INSS. Aqui em Rondônia acontece, segundo relatos de meus amigos, o seguinte: Um fazendeiro mora na fazenda, os filhos foram para a cidade e lá moram para ficar mais perto dos estudos, das faculdades, acabam casando por lá, e nunca vão para a fazenda, às vezes nem sabe onde fica, tanto é que nem sabem distinguir um boi de uma vaca. Com o passar dos anos, o fazendeiro, já bem mais de 60 anos, começa a vender alguns bois para fazer um turismo pela região nordeste, por exemplo, daí os filhos dele, vão na Justiça e interditam o seu pai, com a justificativa descarada de que ele está vendendo os nossos bens!!! Como diz aquele jornalista: Isso é uma vergonha! A capacidade do ser humano em fazer o que é errado é muito grande, e de fazer o que é certo, é muito pequena. A Justiça nem pensará duas vezes, e logo os bens do fazendeiro que ele adquiriu com seu suor, acordando bem cedo, trabalhando muito para dar condições para que seus filhos estudassem e fossem ser alguma coisa na vida, agora sem esforço nenhum, passam às mãos de seus filhos, eles é que estão agora no controle da situação, eles sim, podem vender, e se desfazer de toda aquela estrutura que seu pai construiu, a seu bel prazer. Por essas razões, o futuro, talvez não nos seja tão favorável, mas o que quero deixar aqui resgistrado é que tenhamos a consciência desses acontecimentos para assim podermos nos preparar de uma maneira ou de outra, se não conseguirmos evitá-la, então que pelo menos amenizemos essa tragédia. Meus pais me ajudaram a que eu conseguisse a obter meus próprios bens, pagaram talvez um ano de faculdade, e depois então passei no concurso e me mantive, e venho me mantendo até os dias de hoje. O que é de meu pai é de meu pai, ele conseguiu com o suor dele, eu vou fazer a minha história, eu vou conquistar as minhas coisas, sem depender de ninguém, a não ser de Deus, que Ele me dê forças e inteligência para poder estar preparado para o dia de amanhã. Creio ainda de que os filhos tem que conquistar aquilo que seus pais conquistaram e mais um pouco, e assim sucessivamente pelas gerações seguintes. Não concordo com filhos que pensam que é dever dos pais em dar de tudo, seja carro, estudos, casas etc, eles, os pais, deveriam auxiliar para que seus filhos se formassem com esse intuito, de conquistar o lugar deles ao sol, e de não somente ficar na sombra. Esses filhos ficam de olho às vezes até mesmo em esmolas, em migalhas, e, baseados nessas migalhas nunca pensam em trabalhar, muito menos em estudar. Se uma pessoa tem sucesso e também o queremos, então que façamos as mesmas coisas que essa pessoa fez, e assim teremos o que essa pessoa tem, é tão simples! Se uma pessoa de sucesso estudou muito para chegar onde chegou, então que estudemos muito para chegar onde ela chegou, se uma pessoa trabalhou muito, então que trabalhemos muito, se muito poupou, então que poupe também e etc. Já fui muito em bailes da terceira idade, não para namorar, mas para sentir como é estar com aquela idade, e para minha surpresa me agradei do que eu vi, observei a existência de pessoas velhas mas jovens, ou seja, velhas na idade, mas jovens no espírito, muitas dessas pessoas nem aparentam a idade cronológica que tem, elas fazem uma corrente de amizade, e até mesmo comemoram seus aniversários nesses lugares, levando bolo, para comer com os amigos, dançam, cantam, se divertem, se as pessoas pensam que a terceira idade é o fim, estão muito enganadas é o começo de tudo, da liberdade, sem estress de ter que trabalhar no outro dia, de cumprir horários, de ter que aguentar o mal humor do patrão, somente pensam agora em viajar, se divertir, conhecer outras pessoas, outros lugares, que talvez os jovens de hoje nunca venham a conhecer, a não ser pela internet, no caso deles não buscarem seu próprio lugar ao sol. Além disso, penso também, mas essa idéia ainda não amadureceu em minha cabeça, de fazer o meu próprio asilo, ou seja, eu mesmo organizar junto com outros dois ou três amigos, da mesma idade, mesma condição financeira, para comprarmos um apartamento, e contratarmos uma empregada, ou enfermeira, como se fosse uma república, é uma situação que já acontece com alguns amigos lá no Sul. Mas creio ser bem viável. Então concluindo, para ter uma ótima terceira idade: 1)não depender de filhos; 2)não depender do INSS; 3)fazer um pé de meia para viagens; 4)ir a bailes da terceira idade, isso deve ser uma constante; 4)ajudar os filhos para que eles façam o seu próprio caminho; 5)para os filhos, observar a máxima: quem casa, quer casa. Viemos para esse mundo para sermos felizes, a vida é simples, mas infelizmente algumas pessoas tratam de dificultá-la, por uma ganância desenfreada ou seja por qualquer outro motivo. Pensem nisso! Até a próxima postagem! Um abraço.
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