O dia: 31/05/2013. A hora: perto do meio-dia. O carro: Ford Mondeo: 1997 (pneu meia-vida). Os protagonistas: Eu, meu pai, minha filha e sua amiga e meu filho. O local: Nova Londrina (Distrito de Ji-Paraná).
Como aqui em Ji-Paraná/RO, em pleno século XXI, ainda não tem um Shopping para se ir nos fins de semana, resolvi fazer um feriado um pouco diferente. Após algumas possibilidades que foram excluídas de minha agenda, sobrou Nova Londrina. Iríamos almoçar lá. Apesar de Ji-Paraná/RO contar com n-restaurantes, mesmo assim resolvi que almoçaríamos em Nova Londrina. O mondeo havia chegado da oficina onde foi consertado a roda que estava travando. Nem pensei duas vezes, é nele mesmo que vamos. Todo mundo para dentro do carro e lá vamos nós. Primeira parada: O posto de gasolina. Como a bomba que marca o nível de gasolina parece estar com defeito, pois o mostrador mostra sempre que o tanque está cheio, fui abastecer assim mesmo, pois a gente nunca sabe quando está cheio ou vazio. De qualquer forma coloquei em torno de R$100,00 de combustível, e pedi para o frentista verificar a água, o nível do óleo etc. Tudo pago.
O frentista antes de eu sair me alertou para observar que o reservatório da água parecia estar vazando. Quem ele pensa que é, um mecânico, pensei, ele é só um frentista! - Tá bom, vou verificar, até mais, muito obrigado. Fomos embora. Devia ser umas 12h. Mas como é "tiro curto" dali a mais ou menos uns 20 a 30 minutos estaríamos almoçando. Não corri, fui a uma velocidade em torno de 60/80 km/h, para curtir a paisagem, o verde dos campos, o branco dos gados, o azul do céu, o rosa e amarelo dos ipês. Passamos o restaurante do Amigão que estava lotado. Notei que o motor do carro apresentava um barulho diferente, mas segui em frente. Pensei em ficar ali para almoçar. Nem falei nada com os outros ocupantes do veículo. Estava decidido a almoçar em Nova Londrina. A viagem corria perfeita. O dia com um sol maravilhoso. Entramos na cidade.
E, quando chegamos ao restaurante bem no centro. Pronto. O carro apagou. Não ligou mais. Tentei dar a partida mas o motor não respondia. As meninas começaram a rir. Abri o capô do carro. Uma fumaceira saiu de lá que não dava para acreditar. O motor estava muito quente. Bom, eu não sou mecânico. Então de nada adianta eu ficar olhando para aquela confusão de fios, ferros e canos. Sou totalmente analfabeto em se tratando de motor de carro. Deixamos isso para lá. Vamos almoçar e depois nós veremos o que fazer falei. Disse isso procurando demonstrar um pouco de intrepidez. Entro no restaurante. Não vejo ninguém almoçando apesar do horário. Deveria ser umas 12h45min. A proprietária, uma senhora muito simpática, me informa que somente ela e o restaurante da frente fornecem comida, mas como é dia de feriado, não teria lugar algum para almoçar.
Todos estavam fechados. Tentei argumentar que o carro tinha estragado, que o meu pai tem mais de 90 anos e que as crianças estavam com fome. Mas não havia mais outro restaurante aberto. Ela demonstrou muita gentileza ao querer fazer almoço só para nós cinco, em virtude da idade de meu pai, que já olhando meio atravessado para mim, não quis almoçar. Ela ainda me informou que só tem um mecânico na cidade, e me indicou o lugar. Atrás do posto de gasolina. Lá fomos nós 04. O pai ficou sentadinho na sombra. Fui prontamente atendido pelo mecânico. Ele chegou e deu a partida no motor do meu carro que funcionou, mas funcionou até o posto que ficava em frente.
E, parou outra vez. Nas duas vezes em que o carro parou, a direção travou e o freio ficou duro, ou seja, não obedecia aos comandos do meu pé. Água daqui, água dali, e foi notado por ele que havia um problema que no "reservatório da água parecia estar vazando!" Essas palavras, essas palavras! Onde foi mesmo que eu as tinha ouvido? Já passava das 14h, quando minha filha solicitou a ajuda de um amigo que saiu de carro de Ji-Paraná/RO para nos socorrer em Nova Londrina. O mecânico muito zeloso, trocou uma mangueira que estava furada. Tentamos a partida e nada outra vez. Tentamos que o carro pegasse no "tranco" e nada. O mecânico buscou um caminhão para rebocar o carro e nada, a direção trancava, o freio não obedecia, e Ji-Paraná/RO estava muito longe para o Mondeo ser rebocado. O amigo das meninas havia chegado. O mecânico tentou mais uma vez, agora tirando, esquentando e limpando as velas do motor. Finalmente o motor voltou a funcionar.
Perguntei pela experiência dele, se o carro aguentaria ir até Ji-Paraná/RO, ele não me deu muita garantia mas disse ficaria a postos se eu novamente precisasse de seus serviços. Dei um, até mais para ele. Solicitei que o amigo das meninas levasse os outros "sobreviventes" de volta para casa e que me seguisse, pois qualquer problema teríamos novamente que chamar o mecânico. O pessoal do posto também foram muito atenciosos com todos nós. Já tinha até combinado de deixar o carro por lá. Pois bem. Entrei no carro e piquei a mula. Andava bem no meio da estrada e agarrado no freio de mão, pois se o carro apagasse, eu teria um espaço de segurança maior para tentar pará-lo em virtude do travamento da direção. E, assim eu vim. Desta vez correndo mas não muito, podia virar em tragédia esse "passeio". Já tinha passado de volta o restaurante do Amigão, quando o motor começou a dar sinais de que iria apagar. Então eu desacelerava, e voltava a acelerar, sempre observador mostrador do nível que caloria do motor. Passei a ponte sobre o Rio Machado.
Agora estava quase em casa. Finalmente cheguei. Só que eu não desliguei o carro, foi ele mesmo que apagou e não ligou mais após eu ter chegado. Isso poderia ter acontecido durante a minha viagem de volta. Chorei feito criança, agradecendo a Deus por ter me dado esse livramento, sendo esse, o meu testemunho. Logo em seguida, chegam os outros "sobreviventes". Já passava das 15h30min. As meninas e seu amigo foram caçar um lugar para almoçar. Resolvi desta vez almoçar ali mesmo, em minha própria casa. Que delícia, para quê ficar procurando restaurante, quando se tem tudo dentro de casa? Pensei. Mas como a minha saga não foi completa, então outro dia, já decidi, voltarei lá, em Nova Londrina para almoçar. Colaboração Kennya Valéria. Até a próxima postagem!